Governo prepara plano de ações para desenvolver regiões das UPS

O Governo do Paraná apresentará na próxima semana um conjunto de ações que serão implementadas de forma integrada para garantir o desenvolvimento econômico e social das regiões que são ocupadas pelas Unidades Paraná Seguro (UPS).
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18/01/2013 - 17:26
Editoria
O Governo do Paraná apresentará na próxima semana um conjunto de ações que serão implementadas de forma integrada para garantir o desenvolvimento econômico e social das regiões que são ocupadas pelas Unidades Paraná Seguro (UPS). Os projetos e cronogramas foram discutidos nesta sexta-feira (18/01) em reunião com o vice-governador e secretário de Educação, Flávio Arns, e representantes das secretarias de Estado e empresas públicas.

Após a ocupação policial das doze UPS da Capital e Interior, o objetivo agora do governo estadual é ampliar os serviços públicos para resgatar e revitalizar a vida comunitária. “Com praticidade e agilidade, precisamos oferecer respostas às necessidades da população desses bairros. A prioridade nossa é promover a cidadania nas regiões das UPS, que há muito tempo ficaram esquecidas pelo Poder Público”, disse Arns.

Para isso, os órgãos do Estado e também do município estão trabalhando nas ações que são específicas para em seguida serem levadas a essas comunidades. Serão ações de infraestrutura, saneamento, saúde, educação, habitação, meio ambiente, cultura, esporte, trabalho e emprego, entre outras.

As UPS foram instaladas em dez bairros de Curitiba e nos municípios de Londrina e Cascavel. As unidades são instaladas em localidades com incidência de tráfico de drogas e que registram altos índices de homicídios. O conceito das UPS é de polícia cidadã. “Com essas ações reduzimos, em média, 32% o número de homicídios nesses locais”, informa Arns.

PLANEJAMENTO

A secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, defendeu a realização de um cronograma para a execução das ações. “É preciso planejamento e ações integradas para que essas regiões sejam atendidas com serviços públicos de qualidade, para resgatar assim a cidadania nessas comunidades”, disse ela.

Maria Tereza é a coordenadora do Plano de Ações Integradas de Desenvolvimento e Cidadania, que envolve ainda as prefeituras, Ministério Público do Paraná, Tribunal de Contas do Estado e Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Ela disse que a secretaria vai dar prioridade, neste primeiro momento, às ações de prevenção ao uso de drogas.

Segundo a secretária, pesquisas indicam que o aumento do crime no Brasil está relacionado com o aumento do consumo de crack no país. “De cada 120 mortes por violência no Brasil, 80 estão relacionadas ao tráfico de drogas. Portanto, para reduzirmos a violência é preciso prevenir o consumo e combater o tráfico de drogas”, afirma.

Entre as propostas estão as ampliações da rede coletora de esgoto, do programa de contra turno escolar; reforma de colégios estaduais; melhoria da iluminação pública; realização de atividades de educação, cultura e lazer; emissão de documentos; criação de centros profissionalizantes, centros de atendimentos médicos e de unidades móveis da agência do trabalhador; implantação de núcleos de justiça comunitária e incentivo a pesquisas em criminologia e política criminal.

Durante a reunião foi apresentando o case de de Business Intelligence (BI) desenvolvido pela Celepar para a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, com dados relativos ao sistema carcerário paranaense. Esta solução, de acordo com o presidente Jacson Carvalho Leite permite ao gestor público ter, de forma gráfica e em tempo real, os dados estatísticos necessários para o planejamento e a tomada de decisão. Ainda de acordo com o dirigente, mais de 80 cases já estão sendo utilizados pela maioria das secretarias de Estado, “e a nossa meta é que até o final deste ano, toda a gestão pública possa utilizar esta ferramenta eficaz de gerenciamento”.

ESTATÍSTICAS

Durante a reunião, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apresentou um relatório com as estatísticas socioeconômicas das áreas atendidas pelas UPS. “Com os números e um diagnóstico da situação conseguimos definir as prioridades de ações e públicos que devemos atuar”, afirmou Arns.

Segundo o Ipardes, nas UPS do Cajuru, Parolin, Uberaba, Sítio Cercado, Tatuquara, CIC, Interlargos (Cascavel) e de Londrina residem cerca de 540 mil pessoas. Além disso, o relatório mostra a estrutura etária da população, a proporção de domicílios sem rendimento ou com rendimento mensal per capita de até meio salário mínimo, taxa de alfabetização, número de óbitos e tipos de esgotamento sanitário.

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